Viamídia Publicidade

Para onde caminha a publicidade?

Postagens nas redes sociais com propaganda de biscoito Oreo para quem não pode comer glúten. Medição, em tempo real, de quem entrou na sua loja e antes passou por um outdoor com propaganda da sua empresa. Gravação dos comentários dos clientes nas lojas e análise via inteligência artificial. Propaganda via device de voz, tipo: Google Home, Alexa e Apple Homepod.

Tudo isso já existe, funciona e pude ver pessoalmente em maio, numa viagem de imersão nas maiores agências de propaganda do mundo.

Saí do Brasil com dúvidas sobre a continuidade do negócio da propaganda. Será que estou há mais de 20 anos fazendo a coisa do mesmo jeito e esse negócio vai acabar, como as lojas de disco ou as bancas de revistas?

Estava inseguro se não estaria insistindo num negócio que estava em transformação.

E lá pude constatar: a atividade da comunicação empresarial está em uma brutal transformação.

Tudo já está praticamente diferente lá nos Estados Unidos. Visitamos uma agência que tinha 130 engenheiros de dados e apenas 70 criativos. Pasmem! Mais nerds do que os tradicionalmente espalhafatosos publicitários.

A grande boa notícia é que as agências estão imensas, poderosas, sem crise, pagando bons salários e ganhando muito dinheiro. Mas, é bom lembrar, fazendo tudo diferente.

Assisti uma apresentação sobre o futuro do vídeo. Não era mais o futuro da televisão.

E sabe qual será o futuro, na visão deles? O streaming.

Perguntei sobre as propagandas no streaming, já que as nossas primeiras opções, como Netflix, não permitem publicidade. Aí soube que há uma assinatura de uma plataforma que custa 8 dólares com propaganda no meio e 12 dólares sem propaganda e que 70% das pessoas preferiram assinar a de 8 dólares.

Mas é claro! A propaganda diverte, informa e muitas vezes é mais interessante do que o conteúdo da TV, ou mesmo, um alívio.

As equipes das agências mudaram, mais matemática, mais sociologia e mais programação e tecnologia. Os serviços também. As agências agora fazem todo o serviço do marketing, criam serviços, idealizam apps inovadores, modelos de entrega mais modernos e surpreendentes. Lêem muita pesquisa, testam muito e conseguem acertar mais.

Basta uma mãe pesquisar na internet o preço do sabonete contra piolho que a indústria de sabonete compra esse dado e, automaticamente, manda caminhões carregados de produto da marca e propaganda para aquele CEP. Pois, provavelmente ali, nós teremos uma infestação de piolhos. É a tecno-comunicação.

Inteligência + criatividade + coleta e análise de dados.

As agências já produzem alguns materiais internamente e agora participam até do projeto de uma loja inteira, como foi com a nova loja conceito da Nike, na quinta avenida, em Nova York, que teve a participação direta de uma das agências que visitamos, além do escritório de arquitetura.

Voltei da viagem convencido da saúde e do futuro do negócio da comunicação publicitária, decidido a implantar um serviço de ciência de dados em minha empresa, além de desenvolver mais serviços como Marketing e Arquitetura de lojas, desenvolvimento de apps e produção de peças publicitárias em vídeo.

Vamos precisar contratar mais profissionais e com outros saberes para povoar as já heterogêneas equipes das agências.

Nosso dia a dia vai ficar mais preciso, porém bem mais complexo e divertido.